SEQUELAS DA COVID-19 NA SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES E JOVENS
- Dra. Ana
- 22 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Um estudo publicado recentemente pela revista Lancet mostrou aumento considerável de transtornos de ansiedade e depressão em todo o mundo. Além de ter identificado as mulheres como as mais vulneráveis, este estudo revelou também um aumento de pressão na saúde mental dos jovens.
Durante a pandemia e seu confinamento, fomos liderados pelo medo e insegurança. Medo de nos contaminar, de transmitir, de morrer, de não aprender, de perder os familiares.
Com as escolas fechadas, a liberdade restrita e sem interação social, houve aumento de relatos de fobia, de pânico, da ansiedade e da depressão entre os adolescentes e jovens, mesmo naqueles sem antecedentes prévios de algum transtorno mental.
A sobrecarga emocional constante e prolongada causada pelo excesso de medo, de preocupação e de angústia durante os confinamentos, desencadeou um estresse crônico nesta faixa etária. Um verdadeiro gatilho para trauma mental.
Este trauma mental, nos adolescentes, pode ser explicado pela imaturidade dos lobos frontais. O córtex pré-frontal é última camada do cérebro a amadurecer. Nesta região ocorre as tomadas de decisão, autocontrole, planejamento, organização, atenção, controle de impulsos e das emoções.
Outro fator a ser considerado na adolescência é o turbilhão hormonal: elevação da testosterona e diminuição da serotonina e dopamina (responsáveis pelo sensação de bem-estar e prazer)
Podemos chamar de “a tempestade perfeita”: imaturidade + turbilhão hormonal+ estresse crônico.
Nossas autoridades deveriam entender que a saúde mental dos adolescentes e jovens precisa ser analisada como prioridade pública.
É inegável o adoecimento psíquico causado pela pandemia assim como a falta de acesso igualitário e universal aos serviços de saúde mental. A atenção psiquiátrica exigida neste momento para os adolescentes e jovens é enorme. Não há como os serviços de saúde existentes, absorver esta demanda adicional de forma organizada.
Como os pais/responsáveis podem ajudá-los então?
Ouvi-los sem julgar, lentamente reintegrá-los as atividades anteriores a pandemia (incentivar atividades sociais, culturais e esportivas), tentar identificar o que está gerando o estresse, mostrar empatia, conversar com os professores.
E em caso de gravidade, buscar ajuda profissional.
Lembrem-se que podem contar comigo!
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