PAPEL HIGIÊNICO EM TEMPOS DE COVID-19
- Dra. Ana
- 30 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Na semana de anúncio do Black Friday, fiquei surpresa com a quantidade de pacotes de papel higiênico expostos logo na entrada dos supermercados. Imediatamente me remeteu aos tempos da pandemia onde foi destaque a compra desenfreada deste produto, a ponto de os estabelecimentos comerciais terem que limitar o número de rolos comprados para que não faltasse nas prateleiras. Foi um fenômeno mundial.
Qual a explicação deste fenômeno? E por que o papel higiênico? Parece engraçado e até há vários memes com este tema.
Diante de situações de perigo, a ansiedade nos torna hiper vigilantes. A resposta às ameaças é como se ligasse um botão de “alerta” ativando a liberação de alguns hormônios preparando o corpo para se defender. A resposta é quase imediata: acelera o coração e a respiração numa reação de correr ou lutar.
As imagens projetadas de prateleiras vazias de papel higiênico ou apenas pensar que este produto pode vir a faltar, geram pânico e um efeito dominó no sistema límbico onde ocorrem nossas emoções. A compra do papel higiênico funciona como um mecanismo de compensação para esta ansiedade. Ao realizar o ato da compra e armazenamento do produto, há uma sensação passageira de bem-estar e de prazer através da atuação das dopaminas. É um verdadeiro mecanismo de adaptação.
O consumo desenfreado provocou esgotamento do produto e aumento do preço, desnecessariamente. O papel higiênico tem uma importância na representação de nossa higiene pessoal? Sim, mas se vier a faltar, temos como substituí-lo tranquilamente.
Devemos lembrar que este medo é irreal com repercussões no nosso relacionamento coletivo. Aquele que compra em excesso e sem necessidade, não está pensando no seu próximo, que poderá ficar sem o papel higiênico.
A solidariedade vai estimular muito mais nosso bem-estar e prazer do que nossa ansiedade! Esta pode ser estocada sem nenhuma repercussão negativa.
Comentários